caminho com as mãos nos bolsos
pela rua adoniran barbosa
na verdade não é uma rua
mas um beco estreito
com casas geminadas
de uma outra época
quase todas com um pequeno jardim na entrada
a rua adoniran barbosa tem uma alegria triste
caminho com as mãos nos bolsos
assobiando um samba de adoniran barbosa
a alegria triste da rua
vem acariciar meu rosto
sou um homem antigo que perdeu a pressa
o tempo passa por mim sem que eu o perceba
o tempo agora é o que menos me interessa
chega uma hora que a gente não vive
apenas se repete
31-01-12 - madrugada
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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terça-feira, 31 de janeiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
SONETO DE UMA MADRUGADA VAZIA
só quero descansar meu desconforto
no azul-escuro desta madrugada
e provar a sensação de estar morto
no colo de qualquer alma penada
que venha de drummond o anjo torto
e pela mão conduza-me à entrada
do purgatório que há de ser o porto
abrigo de uma vida desregrada
preciso colocar no esquecimento
as três mil e tantas coisas que não fiz
sentir a paz de um frade no convento
fingir que a sorte passou no meu nariz
tocar o barco sem constrangimento
se amanhã eu acordar mais infeliz
29-01-12
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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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no azul-escuro desta madrugada
e provar a sensação de estar morto
no colo de qualquer alma penada
que venha de drummond o anjo torto
e pela mão conduza-me à entrada
do purgatório que há de ser o porto
abrigo de uma vida desregrada
preciso colocar no esquecimento
as três mil e tantas coisas que não fiz
sentir a paz de um frade no convento
fingir que a sorte passou no meu nariz
tocar o barco sem constrangimento
se amanhã eu acordar mais infeliz
29-01-12
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Júlio Saraiva
São Paulo, Brasil
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sábado, 28 de janeiro de 2012
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
sábado, 21 de janeiro de 2012
MARCHA FÚNEBRE
- meio à moda de augusto dos anjos -
luar de dezembro
: em mangas
de camisa o luar
assiste ao
formidável enterro
dos nossos
últimos sorrisos
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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luar de dezembro
: em mangas
de camisa o luar
assiste ao
formidável enterro
dos nossos
últimos sorrisos
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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MEU DIA DE MORRER ERA ONTEM...
meu dia de morrer era ontem
mas achei por bem adiar
mais uma vez adiar
vivo de adiar os meus dias
minhas horas não falam a língua do tempo
coleciono abismos dentro de mim
tenho acenos de adeuses nas mãos
e algumas facas no peito
amanhã será outro dia?
não - definitivamente não
faz muito que para mim todos os dias são iguais
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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mas achei por bem adiar
mais uma vez adiar
vivo de adiar os meus dias
minhas horas não falam a língua do tempo
coleciono abismos dentro de mim
tenho acenos de adeuses nas mãos
e algumas facas no peito
amanhã será outro dia?
não - definitivamente não
faz muito que para mim todos os dias são iguais
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Júlio Saraiva,
São Paulo, Brasil
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